Faz um tempo que venho pensando nestes espaços que estão “prontos” para receber obras artísticas, mas que não legitima nossa arte o suficiente para estar dentro deles. Não estamos na TV, não estamos nas revistas. Estamos, sim, nos jornais, porém, neles somos bandidos, ou vítimas de um sistema que extermina o povo negro. Sim, somos descartados pelo sistema.
Mas como nem tudo está perdido, temos uma ferramenta poderosíssima: a internet. E foi por meio dela que tive o prazer de conhecer Moisés Patrício, um artista visual que usa do Instagram para falar usando uma linguagem de repetição. Esse conceito é muito utilizado na fotografia documental contemporânea/ documental imaginário (um beijo Katia Lombardi!) e ,no trabalho de Patrício, aborda questões cotidianas do povo negro, candomblé, herança cultural, sentidos e posições políticas. Com as imagens de suas mãos, ele consegue criar narrativas únicas nas quais cada fotografia sugere o diálogo, a reflexão, a troca e um elo com o expectador.
Segue ele lá, pois esse trabalho é lindo de viver!