Meu querido amigo Tião, a quem devo agradecer pelo resto da minha vida por uma espécie de “iniciação” nos caminhos da fotografia. Tudo começou quando ele me emprestou o livro O ato fotográfico, de Dubois. Eu mal sabia ligar a câmera.
Conheci Nelson quando minha trajetória com a Sociedade 13 de Maio se iniciava, entre oficinas de Maracatu e carnavais. Na época ele se mostrou um grande professor e, aqui no Desapropriam-me, ele cumpre o papel de arte-educador nas escolas.
Além de batuqueiro, arte-educador, leitor compulsivo, Nelson também é um grande artista visual, por quem tenho muita admiração. Sua criação funciona como um diário de bordo da sua vida, pois, através da fotografia, pintura, recortes e desenho, ele consegue ressignificar o cotidiano. Segundo o artista, tudo o que acontece em seu dia-a-dia acaba entrando em algum lugar nas narrativas visuais que cria.
Em um processo quase que compulsivo de criação, em uma busca constante de si e do lugar onde se encontra, Tião nos toma de assalto com a cumplicidade de quem consegue se ver dentro daquela narrativa tão singular.