Toda vez que alguém fala de fotografias de candomblé imediatamente a gente pensa em quem? Pierre Verger!
Nem sempre!!! No meu caso, lembro do Mario Cravo Neto, por quem cultivo um afeto desde o início da minha jornada na fotografia. Sim, Cravo Neto era branco, baiano e, além de fotógrafo, também se enredava com a escultura. Talvez ele e Verger sejam uns dos poucos fotógrafos que tenham devotado certo respeito com as religiões de matriz africana. Nelas um dos principais fundamentos é o segredo de roncó, ou seja: o que acontece lá, fica lá. Isso faz com que muitos burburinhos e preconceitos sobre a religião se propagem.

No trabalho de Mario Cravo Neto as sutilezas me tomam de assalto. Em narrativas em preto e branco o artista consegue falar de fundamentos de axé, sem necessariamente utilizar a fotografia documental clássica, onde o instante decisivo é a principal premissa. A beleza de seu trabalho está no modo que ele provoca o expectador, fazendo este mesmo observador pesquisar os signos que ele cria em estúdio.

É lindo de vi-ver.

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