E quando você encontra um referencial que muda completamente sua perspectiva de pesquisa?
Sim, foi o que aconteceu quando conheci as obras de Kenyatta A. C. Hinkle.
Colonialismo, empoderamento, fissuras na identidade, narrativas sobre o medo, fantasias exóticas, maternidade, gênero, erotização do corpo negro e busca pelas origens ancestrais são os eixos principais para a pesquisa e ressignificação de imagens propostas por suas obras.
A artista utiliza da iconografia da diáspora na França, significando positivamente o imaginário africano. Segundo ela, “o corpo negro é como um território cartográfico”, por isso, preocupa-se fundamentalmente com as questões de visibilidade, em um entrecampo das visões reais e imaginárias da diáspora e conflitos. Hinkle questiona, ainda, o papel que as negras ocupam na sociedade, dentro de suas vidas e de suas heranças ancestrais e, a partir daí, constrói novas imagens por meio da inclusão de textos, palavras, desenho e colagens.