Alguém aí lembra de Alexandre Severo? Aquele fotógrafo incrível que faleceu no acidente junto com candidato a presidência Eduardo Campos. Lembrou?
O ensaio À Flor da Pele foi feito por ele em 2009, porém teve maior repercussão após a sua morte.
Nele, o artista nos questiona sobre algumas questões raciais: negritude está apenas na cor da pele? Ou a identidade negra é construída? E no caso dos negros albinos? O que é ser negro no Brasil? Um bjo pro Stuart Hall!
Para pensarmos sobre o colorismo, segue aqui o texto introdutório de João Valadares sobre o ensaio de Alexandre Severo:
“Nasceram sem cor, numa família de pretos. Três irmãos que sobrevivem fugindo da luz, procurando alegria no escuro. O mais novo diz que é branco vira-lata. Os insultos do colégio viraram identidade. A mãe cochicha que são anjinhos. Eles têm raça sim. São filhos de mãe negra. O pai é moreno. Estiraram língua para as estatísticas e, por um defeito genético, nasceram albinos. Negros de pele branca. A chance dos três nascerem assim na mesma família era de uma em um milhão. Nasceram. Dos cinco irmãos, apenas a mais nova é filha de outro pai. Esta é a história do contrário.”