(por Luciane Alves)

 

Paulo César Pinheiro é daqueles nomes que, vez ou outra, aparece nas autorias de canções brasileiras. Não à toa. Sua obra conta com mais de 2.000 composições que desenham o Brasil e suas diferentes culturas de norte a sul. Um estudo de sua vasta obra consta no estudo de Conceição Campos, no livro “A letra brasileira de Paulo César Pinheiro”, de 2009, que indico muito!

Hoje me detenho especificamente ao álbum “Capoeira do Besouro” (2010) que traz 15 composições do carioca em homenagem ao lendário mestre de capoeira baiano Besouro Mangangá. As obras compostas inicialmente para o musical “Besouro cordão de ouro” (2006) foram gravadas em estúdio com participação dos mestres de capoeira Camisa e Lobisomem.

A maioria das faixas se apresentam como toque – de Amazonas, de Iúna, de Benguela, de Angola dobrada – em referência ao modo de tocar berimbau na capoeira. Paulo César Pinheiro se interessou em pesquisar a obra de Besouro a partir da leitura de Mar Morto, de Jorge Amado. A pesquisa em Santo Amaro da Purificação também lhe inspirou nas letras que trazem as histórias mantidas e transmitidas pela oralidade, de geração em geração. Uma delas diz que o capoeirista trazia o corpo fechado por Exu, por isso nunca perdia uma luta. Mas a artimanha maior de Exu me parece ser a sobrevivência e respeito mantido até hoje à história de Besouro.

 

Ouça o disco completo aqui:

 

E veja o filme completo sobre a vida de Besouro Mangangá aqui (além do excelente elenco negro que o protagoniza, o filme traz o sempre maravilhoso Irandhir Santos de coadjuvante!):

 

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