Namorava o trabalho de Dalton Paula há algum tempo, até que, mês passado, pude conhecer parte de seu processo criativo no evento Diálogos Ausentes, promovido pelo Itaú Cultural.
O ponto de partida para pensar os trabalhos de Dalton é o corpo negro e os territórios que este ocupa em congadas, quilombos e regiões periféricas. Utilizando de fotos performances, pinturas e instalações, ele ressignifica neste mesmo corpo negro silenciado e por vezes negado ou invisibilizado. Em seus últimos trabalhos, as curas simbólicas, presentes na cultura popular brasileira, se transformam em instalações e pinturas que trazem lucidez sobre o saber ancestral do povo negro.