Na semana passada, mencionei o filme O jardim das folhas sagradas no post que fiz para a lindeza da Denise Camargo. Hoje volto a este filme incrível de Pola Ribeiro. Meu encantamento pelo longa só aumentou quando soube que o diretor não era de axé, e explico: o roteiro, a direção e a pesquisa são impecáveis.
O filme traz uma narrativa de conflito de um homem negro, filho de Ossain (Orixá das folhas sagradas), que tem um cargo de pai de santo para desempenhar, coisa que nega desde o início de sua existência no axé. Bonfim, predestinado a um caminho de representante espiritual, pensa em ressignificar o culto e cria um terreiro sem “matança”. No decorrer da trama muitos elementos são abordados, dentre eles a dificuldade que muitos terreiros têm em regularizar seus territórios sagrados. Além disso, ainda existem elementos que somente quem é de axé consegue identificar, o que a meu ver é muito respeitoso.
Jardim das folhas sagradas cumpre um papel de desmistificar as inúmeras besteiras que criam em torno do candomblé, fazendo com que o expectador procure realmente se informar do real significado de algumas coisas.